segunda-feira, 13 de abril de 2020

Amigos num dia de sol


Nesses tempos difíceis em que vivemos, talvez recordar outros momentos mais felizes seja uma forma de celebrar a vida. Pode ser também uma forma de escapar da realidade. Que seja.

Em mais uma retomada do nosso blog, quero lembrar da nossa viagem à Itália, em 2018, com nossos amigos Ocenir e Nirza. 

Essa fotografia foi tirada próximo a Lecco, que fica a poucos quilômetros de Milão, capital da Lombardia, a região mais afetada pela pandemia na Itália.

Escolhi essa foto como um símbolo de que a Lombardia e o mundo voltarão a ter dias de sol quando essa pandemia passar. E também para lembrar da amizade, presente da Vida.


Dias de sol vividos ao lado de amigos. É tudo de que precisamos agora. Mas, logo tomaremos sol e vinho juntos.

Abraços a todos nossos amigos de caminho.



quarta-feira, 28 de janeiro de 2015

Bichinhos no caminho

Não são apenas os gigantes marinhos que cruzam nossos caminhos. Pequenas criaturas também aparecem em nossas aventuras.
Esse simpático pardal compartilhou conosco um lanche na Galeria Uffizi, em Florença. Após percorrermos quilômetros de corredores e salas cheios de obras lindíssimas, estávamos tomando um refrigerante e comendo um lanche quando recebemos uma visita de um dos muitos pardais que estavam pulando de mesa em mesa no pátio do restaurante. Tranquilamente, como um velho conhecido, aproximou-se e saboreou da mão da Nilza alguns bocadinhos de pão. Não sei se a senhora ao fundo ficou mais admirada do pardal ou do casal de cadeirantes.

Por sinal, o prédio do museu, por si só, é lindo e acessível. Chega-se à lanchonete por meio de uma plataforma elevatória. Vale a visita.
Mas, vamos voltar ao assunto de hoje, para apresentar a vocês, outro bichinho que se encantou com a Nilza: esse quati, no mirante da Serra do Rio do Rastro. Mesmo encantados com a paisagem e com a visão da estrada que tínhamos acabado de percorrer, o quati conseguiu desviar nossa atenção. Chegou perto, brincou um pouco, acho que mais interessado em ganhar alguma guloseima do que naqueles turistas diferentes sobre rodas. Logo muitos outros foram chegando, chegando e, quando percebemos, havia uma grande família de quatis correndo por ali. De volta para o carro, tivemos que fechar a porta rapidamente para que uns quatro ou cinco não voltassem conosco para Florianópolis.
Lugar também deslumbrante com sua beleza natural e com uma bela infraestrutura para cadeirantes.
Em casa, onde vivemos nossas aventuras diárias, também não faltam bichinhos para a Nilza agradar ou para agradar a Nilza. Esse beija-flor foi uma “quase” vítima da Nina, quando ela ainda tinha ânimo para caçar. Hoje prefere a comodidade do potinho de ração. Um dia, a Nina entrou em casa com esse beija-flor na boca, toda feliz. Foi difícil convencê-la a soltar o passarinho e despistá-la enquanto cuidávamos dele com água doce. Levamos a uma clínica veterinária que, sendo impossível fazer com que ele pudesse voltar a voar normalmente, prometeu levá-lo para um viveiro em que poderia ficar seguro e bem tratado.
Já que falamos dela, aí está a Nina. Ela é nossa companheira de todos os dias e só não nos acompanha nas viagens porque é muito sistemática.
Tudo isso me lembrou nosso querido Francisco de Assis e sua linda cidade medieval plantada sobre a colina. Mas essa, é outra história.

sexta-feira, 16 de janeiro de 2015

Baleia à vista!!!!!
Esse poderia ser o título desse post e, também, da nossa viagem a Florianópolis em outubro de 2014.
Quando comecei a planejar as férias, pensava em ir para Ouro Preto, cumprir meu dever de mineiro e conhecer nosso coração. Até encontrei uma linda pousada que possui elevador e quarto adaptado, apesar de estar instalada num lindo solar.
Mas, a Nilza queria porque queria ver baleias, se possível tocá-las. E, então, lá fomos nós para Santa Catarina, pois outubro ainda é temporada de avistamentos na costa catarinense.
O lugar indicado é Imbituba, uma cidade a aproximadamente noventa quilômetros de Floripa.
Já conhecíamos a cidade e, muito importante, já sabíamos onde encontraríamos uma boa refeição e um banheiro adaptado. A lanchonete do Marcão.
Chegamos cedo na cidade e rodamos bastante pelas avenidas ao longo das praias tentando encontrar alguma coisa. Não conseguimos. Vendo que passaríamos o dia indo de um lado para o outro sem resultado, entramos em contato com o Instituto Baleia Franca (www.baleiafranca.org), que nos indicou uma bióloga que poderia nos acompanhar. Ligamos para ela, Milene Novais, e marcamos para nos encontrar após o almoço.
A hora do almoço foi longa, apesar da boa comida e da vista para o mar. Mas, naquele dia, o mar só não bastava. Queríamos que ele estivesse cheio de baleias.
Nos encontramos com a Milena em uma outra praia, perto da Praia da Ribanceira, no comecinho da Avenida Atlântica. Já havíamos passado por ali pela manhã, na nossa busca, mas as baleias não colaboraram.
Mas, orientados pelo olhar treinado da Milena, começamos a distingui-las sob as ondas e, logo, sobre elas em seus saltos.
Estávamos na própria avenida, que é um pouco alta em relação ao mar e só descemos do carro para sentir melhor a brisa. Mas é possível vê-las sem sair do veículo.
Uma experiência deliciosa e emocionante ver aqueles seres enormes e tranquilos passeando a poucos metros de nós. Segundo nos explicou a Milena, eram baleias da espécie Franca, muito curiosas e mansas, razão de sua quase extinção. Mas estão se recuperando com a proibição da caça.
Infelizmente as excursões de bote até as proximidades das baleias estavam proibidas. Uma pena, porque seria incrível ver toda aquela beleza de perto. E também porque representa uma fonte de renda para os trabalhos do Instituto e não ameaçam de forma alguma as baleias, já que são monitoradas por biólogos.
As fotos não ficaram muito boas. Primeiro porque eu não sabia quando é que elas resolveriam dar o ar da graça. Segundo porque era melhor ficar olhando ao vivo.

Como diz a Nilza: há coisas para se guardar apenas nos olhos e no coração.





quarta-feira, 7 de janeiro de 2015

Oi, gente!
Mais uma vez de volta. Parece que eu saio para viajar e demoro para voltar. Mas estamos aqui outra vez.
Desde a última postagens, saímos em férias e voltamos a Florianópolis. O Pedro, meu amigo e padrinho de casamento, diz que nós sempre voltamos pelo menos uma vez aos lugares que visitamos e gostamos. É verdade. Já fomos e voltamos a Araxá, Curitiba, Gramado, Canela e Itália. Fora outras viagens mais curtas que já fizemos mais vezes. Mas, cada viagem é única, mesmo que para lugares já visitados. Dessa vez não foi diferente.
Ao contrário da primeira vez, exploramos mais o sul da ilha e descobrimos mais e mais encantos na Ilha da Magia. Isso sem falar no aconchegante bairro de Santo Antonio de Lisboa, que fica mais para o norte.
Já no primeiro dia de exploração, chegamos até a Praia da Solidão, linda, mas um pouco difícil de chegar. Não descemos do carro por falta de infraestrutura, mas valeu pelo passeio e pelo visual, como vocês podem ver nas fotos que mostram vislumbres dos dois lados da estrada.
Passeamos muito, conhecemos lugares lindos, bichinhos fofos e a belíssima serra catarinense.
Enfim, foi uma daquelas viagens que não cabem na memória digital.
Na verdade, o plano inicial seria irmos para Ouro Preto. Até encontrei uma pousada linda e adaptada para ficarmos. Mas a Nilza queria ir ver as baleias em Imbituba. 
Fomos.


Mas, essa, é uma outra história.



quinta-feira, 16 de outubro de 2014

San Gimignano é um mergulho na história. Lajatico na arte. Florença é uma síntese de arte e história.
A programação do terceiro dia na Toscana, 16/10/2013, era percorrer o centro histórico de Florença “a pé”. Seriam aproximadamente 2,5 km desde a Basílica de Santa Croce até nosso hotel. Sem pressa, saboreando Florença e, talvez, um sorvete.
Fomos em um táxi até o ponto de partida da aventura. Essa é uma dica interessante: a visita aos centros históricos é muito mais fácil se feita de táxi, porque as ruas são estreitas, boa parte delas tem o trânsito restrito e é muito difícil encontrar uma vaga para estacionar. Lições de nossa visita anterior a Roma.
Começamos pela Basílica de Santa Croce, maravilhosa igreja franciscana onde estão enterrados Galileu, Michelangelo, Maquiavel. Imaginem se não fiquei deslumbrado. 
O acesso para as cadeiras é feito por uma rampa lateral, o que permite vencer a enorme escadaria frontal e não oferece dificuldades.
A praça defronte à Basílica, vista de cima da escadaria, é cheia de barraquinhas que vendem lembranças turísticas e que escondem os casarões seculares. De um certo modo, o movimento remete aos tempos heroicos da República Florentina.
Dali fomos pelas ruas planas e sem obstáculos significativos. Seguimos até o Palazzo Vecchio, antiga “prefeitura” na época de Maquiavel, almoçamos na praça, fomos até o majestoso Duomo, que é a catedral de Florença. Depois da parte religiosa, a parte mundana na Ponte Vecchio e suas lojas com vitrines reluzentes de ouro. Tudo isso com pleno acesso. Mas com um pouquinho de suor.
A Ponte Vecchio serviu para atravessarmos o rio Arno, que corta a cidade. Travessia necessária para podermos chegar até o hotel. Fomos margeando o rio, embora as calçadas apresentassem um pouco mais de dificuldade e o muro não permitisse que víssemos o rio. Além disso, como nessa parte existe trafego de veículos, atravessar as ruas se tornou mais complicado. Mas, sempre que surgia uma outra ponte, íamos até o meio para fotografar a cidade, o rio e suas pontes.
Levamos praticamente o dia todo para fazer o percurso e, considerando os desvios, caminhamos bem mais que os 2,5 km.
Chegamos cansados ao fim do dia, mas com uma sensação gostosa de ter atingido um objetivo, cumprido um plano. E acho que dificilmente Florença já havia presenciado um casal de cadeirantes se divertindo tanto pelas suas ruas.

Apesar do cansaço, tínhamos ainda que sair para jantar e nos preparar para ir para Assis no dia seguinte. Mas, essas, são outras histórias.

 


quarta-feira, 15 de outubro de 2014

Dia 15/10/2013, nosso segundo dia de aventuras na Toscana previa uma excursão a Lajatico. Onde????
Não ficarei surpreso se a maioria dos meus três leitores não souber onde fica ou mesmo o que seja Lajatico, embora acredite que a Nilza possa ficar um pouco aborrecida. Isso porque a famosa Lajatico é o berço e eventual lar de Andréa Bocelli, tenor italiano que faz um certo sucesso por aqui (a Nilza irá ficar muito brava comigo!!!)
Como vocês já podem ter percebido, a Nilza é fã do Bocelli e me fez incluir a pequenina cidade no roteiro, ao lado de Milão, Florença, Assis, Roma......mas, fã é fã.
E lá fomos nós de novo pelas estradinhas sinuosas da Toscana, acompanhados de uvas e azeitonas. Mas, dessa vez, não erramos e logo estávamos subindo as colinas rumo a Lajatico.
O pequeno centro da cidade é totalmente acessível, o que permitiu irmos à sede da Fundação Bocelli (que estava fechada), passear pela praça e comer um belo pão com mortadela num bar cujas paredes ostentavam várias fotos de Andréa. Foi a primeira Coca-Cola que tomei em temperatura ambiente. E gostei.
Conversamos com o dono do bar e com um velhinho que estava por lá, típicos de cidadezinhas. Nos demos melhor com o velhinho, que era quase completamente surdo e parecia se divertir com tudo que falávamos.
Deu pra notar que o Andréa é muito admirado por ali e, pelo jeito, merece, pois parece ajudar bastante a comunidade.
Fora da cidade, encontramos o lugar mais impressionante: o Teatro del Silenzio.
Construído e mantido por Bocelli, é palco de grandes apresentações artísticas. Uma delas recente, havia deixado esculturas espalhadas pela cidade, nas ruas, nos prédios, acentuando o clima cultural. O teatro é um grande campo aberto e não um prédio, mas imagino que em dias de espetáculo disponha de espaços adequados.
Não ficamos muito, mas foi uma viagem muito gostosa e que permitiu conhecer um pouco da Itália fora dos roteiros turísticos. Conversar com gente comum. Aprender um pouco mais da língua.
Na volta, demos uma esticada para o litoral próximo a Pisa. Mas essa é uma outra história.







terça-feira, 14 de outubro de 2014

Instalados em Florença (qualquer dia eu posto umas fotos do hotel), partimos no dia 14/10/2013, para conhecer San Giminignano, uma cidade medieval preservada no meio da Toscana.
Mas, primeiro, tínhamos que encontrá-la. Nunca errei tantos caminhos quanto aquela manhã. Já de início perdemos o roteiro que eu tinha preparado a partir da internet. Depois não havia o que fizesse aparecer a cidade.
Depois de muito dar voltas, o que, confesso, não é de todo ruim se for pelas estradas ladeadas de parreiras e oliveiras carregadas da Toscana, encontramos San Giminignano e suas muralhas.
Aí veio o outro problema: estacionar nosso valente companheiro motorizado. Ao redor da cidade existem vários bolsões de estacionamento que, quando chegamos, já estavam lotados. Depois de várias voltas ao redor das muralhas (já estava me sentindo um invasor viking), entramos, não sei como, por uma rua que nos levou praticamente ao centro da cidade e onde surgiu do nada um espaço para estacionarmos (se pudesse, tinha ajoelhado para agradecer).
Invadimos a cidade!!! Mas não éramos os únicos, turistas por toda parte.
Estávamos perto, mas não estávamos exatamente no centro, que era onde queríamos ir. E se as ladeiras de Portofino eram inclinadas, as de San Giminignano eram um exagero.
As cidades medievais, normalmente, por questões de segurança, eram construídas sobre montes e não tinham a mínima preocupação com a acessibilidade. Mas, lá fomos nós. Vikings são guerreiros valentes.
No caminho, paramos num banheiro público adaptado e incrustado na muralha. Não era medieval, mas foi muito bem-vindo.
Continuamos subindo, ou tentando. Certos caminhos eram muito íngremes até para nossa vontade de conhecer o mais possível daquele lugar que parecia saído de filmes como O Nome da Rosa. No entanto, de repente, por duas vezes, nossas cadeiras se tornaram mais leves e a subida mais fácil. Obra de dois casais de turistas que, do mesmo jeito silencioso que chegavam, partiam, deixando somente sorrisos como apresentação. 
Tanta gentileza que nos ajudou a chegar na praça central, onde almoçamos com direito a pecorino com mel como antepasto e o inevitável vinho.
Esse foi a única cidade em que tivemos problemas para nos locomover com as cadeiras. Mas é justificável por ser uma cidade muito antiga e patrimônio histórico. Mas as dificuldades vieram somente da inclinação das ruas, já que elas não apresentavam outro tipo de obstáculos, do tipo degraus, pedras ou buracos. E havia banheiros adaptados.
Linda e cansativa viagem pelo passado, mas valeu a pena. Tanto que ao fim da tarde já nem estava tão bravo por causa das reviravoltas da manhã. E não errei muito na volta para Florença.