Há um ano, 13/10/2013, saímos de
Genova em direção a Florença. Ao contrário do que recomendam os mais
apressados, fomos pelas estreitas estradas do litoral, cheias de deliciosas
curvas, ao invés da auto-estrada com várias pistas e com curvas modernas e monótonas.
Além de passear pelo belíssimo
litoral cheio de vegetação e mansões penduradas nos rochedos a beira-mar,
tínhamos um destino intermediário: Portofino. Uma escala romântica da viagem,
três dias após termos visitado Giulietta, em Verona.
(Caro e eventual leitor, você não
perdeu um post intermediário. Eu não falei mesmo nossa visita à esposa de
Romeu. Logo voltaremos a ela).
Estacionar já foi um exercício
nas ruas estreitas e já cheias de turistas. Tive que, mais uma vez, explicar ao
guarda que éramos deficientes. Quando ele me entendeu, apontou uma vaga
reservada. Foi a salvação, mas o terreno bastante inclinado deu um pouco de
trabalho.
Enfim, descemos a ladeira até o
porto. Não é brincadeira. Era mesmo uma ladeira e o calçamento estava um tanto
liso por causa da chuvinha fina. Mas, turista é turista e lá fomos nós ladeira
abaixo, parando várias vezes para fotografar os belos e antigos edifícios.
Chegamos ao porto. Pequeno,
cercado de sobrados muito coloridos, com vários barcos de pesca e passeio ancorados
na Marina e vigiado por um castelo construído sobre uma montanha bem alta.
Certamente, o castelo servia de proteção para o porto em tempos menos
pacíficos.
Não subimos até o castelo, apesar
da vontade de vislumbrar o litoral lá do alto. Também não conseguimos entrar no
Museu Italiano de Escultura por causa do acesso por uma escada íngreme (caso vocês não tenham notado, o rinoceronte que sobrevoa a Nilza numa das fotos, é uma das obras lá expostas). Não
procuramos outra entrada porque não estava nos planos uma demora maior. Mas
conseguimos passear tranquilamente pela praça do porto, que não apresenta
maiores obstáculos que o calçamento de pedregulhos que dificulta um pouco.
Além do passeio, a escala também
tinha objetivos gastronômicos (jeito bonito de falar que iríamos almoçar por lá).
A praça é rodeada de restaurantes, o que facilitou o almoço e dificultou a
escolha.
O escolhido nos proporcionou uma
macarronada com frutos do mar, acompanhada por um delicioso vinho branco (minha
formação de sommelier inclui pouco
mais que saber que frutos do mar combinam com vinho branco). Fiquei pensando
nos efeitos do vinho naquelas curvas que teria que enfrentar no caminho de
volta. Me tranquilizei quando lembrei que o esforço de subir a ladeira faria
evaporar todo álcool que tinha a intenção de beber.
Para completar o clima, o
restaurante foi invadido por um cantor. Daqueles de filme italiano dos anos
50/60. Canastrão no último, mas com uma ótima voz. O problema é que canto Gipsy
Kings o tempo inteiro. Quando pedi uma música do Sergio Endrigo, ele não
conhecia nenhuma. Ficamos no gitano mesmo.
Enquanto almoçávamos, a Nilza
espichava os olhos para a praça, onde já havia se apresentado Andréa Boccelli. Ele
não estava mais lá, mas iríamos em busca dele nos próximos dias.
Mas, isso, é outra história.
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