segunda-feira, 13 de outubro de 2014

Há um ano, 13/10/2013, saímos de Genova em direção a Florença. Ao contrário do que recomendam os mais apressados, fomos pelas estreitas estradas do litoral, cheias de deliciosas curvas, ao invés da auto-estrada com várias pistas e com curvas modernas e monótonas.
Além de passear pelo belíssimo litoral cheio de vegetação e mansões penduradas nos rochedos a beira-mar, tínhamos um destino intermediário: Portofino. Uma escala romântica da viagem, três dias após termos visitado Giulietta, em Verona.
(Caro e eventual leitor, você não perdeu um post intermediário. Eu não falei mesmo nossa visita à esposa de Romeu. Logo voltaremos a ela).
Estacionar já foi um exercício nas ruas estreitas e já cheias de turistas. Tive que, mais uma vez, explicar ao guarda que éramos deficientes. Quando ele me entendeu, apontou uma vaga reservada. Foi a salvação, mas o terreno bastante inclinado deu um pouco de trabalho.
Enfim, descemos a ladeira até o porto. Não é brincadeira. Era mesmo uma ladeira e o calçamento estava um tanto liso por causa da chuvinha fina. Mas, turista é turista e lá fomos nós ladeira abaixo, parando várias vezes para fotografar os belos e antigos edifícios.
Chegamos ao porto. Pequeno, cercado de sobrados muito coloridos, com vários barcos de pesca e passeio ancorados na Marina e vigiado por um castelo construído sobre uma montanha bem alta. Certamente, o castelo servia de proteção para o porto em tempos menos pacíficos.
Não subimos até o castelo, apesar da vontade de vislumbrar o litoral lá do alto. Também não conseguimos entrar no Museu Italiano de Escultura por causa do acesso por uma escada íngreme (caso vocês não tenham notado, o rinoceronte que sobrevoa a Nilza numa das fotos, é uma das obras lá expostas). Não procuramos outra entrada porque não estava nos planos uma demora maior. Mas conseguimos passear tranquilamente pela praça do porto, que não apresenta maiores obstáculos que o calçamento de pedregulhos que dificulta um pouco.
Além do passeio, a escala também tinha objetivos gastronômicos (jeito bonito de falar que iríamos almoçar por lá). A praça é rodeada de restaurantes, o que facilitou o almoço e dificultou a escolha.
O escolhido nos proporcionou uma macarronada com frutos do mar, acompanhada por um delicioso vinho branco (minha formação de sommelier inclui pouco mais que saber que frutos do mar combinam com vinho branco). Fiquei pensando nos efeitos do vinho naquelas curvas que teria que enfrentar no caminho de volta. Me tranquilizei quando lembrei que o esforço de subir a ladeira faria evaporar todo álcool que tinha a intenção de beber.
Para completar o clima, o restaurante foi invadido por um cantor. Daqueles de filme italiano dos anos 50/60. Canastrão no último, mas com uma ótima voz. O problema é que canto Gipsy Kings o tempo inteiro. Quando pedi uma música do Sergio Endrigo, ele não conhecia nenhuma. Ficamos no gitano mesmo.
Enquanto almoçávamos, a Nilza espichava os olhos para a praça, onde já havia se apresentado Andréa Boccelli. Ele não estava mais lá, mas iríamos em busca dele nos próximos dias.
Mas, isso, é outra história.









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